Doenças transmitidas por vetores – Parte II

As pulgas, as carraças e os mosquitos podem ser mais do que um incómodo. Estas pragas transportam doenças que podem afetar tanto os seres humanos como os cães.

parasitas nos caes

As pulgas, as carraças e os mosquitos podem ser mais do que um simples incómodo. Na verdade, estas pragas também podem ser grandes portadoras de muitas doenças potencialmente graves que podem afetar tanto os seres humanos como os nossos adorados cães. Conhecidas como “doenças transmitidas por vetores”, agentes patogénicos, ou organismos causadores de doenças, são transmitidas de um animal hospedeiro para outro através destas pequenas pragas irritantes, que atuam como portadoras. Potencialmente transmitem doenças de cada vez que mordem/picam e se alimentam de um animal hospedeiro, como por exemplo de um cão ou mesmo de um ser humano.

À medida que fica mais vigilante em relação à proteção dos seus amigos peludos contra estes parasitas, é útil saber que também está a diminuir os riscos relacionados com as doenças específicas que cada vetor pode transportar.

Mosquitos

Os mosquitos fêmea picam e sugam sangue. Precisam das proteínas existentes no sangue para desenvolverem os seus ovos. Quando um mosquito pica, não só suga o sangue como também secreta saliva e quando isto ocorre, a saliva entra no sangue. Se o mosquito se alimentar de um animal ou de uma pessoa infetada, então poderá transmitir a infeção a outras criaturas uma vez que os mosquitos se alimentam várias vezes de fontes diferentes. 

O crescimento da população de mosquitos tem aumentado a propagação de doenças transmitidas por mosquitos. Estas doenças podem atualmente ser encontradas em todo o mundo, não apenas em áreas outrora consideradas de alto risco de mosquitos, tais como as regiões subtropicais e tropicais. 

Dirofilariose Canina

Dirofilariose Canina

A Dirofilariose é uma doença potencialmente fatal que começa quando um mosquito infetado com larvas do parasita (dirofilária) pica um cão. Os parasitas juvenis entram no cão através da ferida causada pela picada do mosquito e iniciam o ciclo de infeção. Nos cães, estas larvas do parasita tornam-se parasitas adultos no coração e nos vasos sanguíneos próximos, podendo causar falência cardíaca e pulmonar. Os parasitas adultos reproduzem-se e novas formas imaturas infeciosas do parasita, denominadas microfilárias, entram na corrente sanguínea, prontas a infetar outro mosquito quando este se alimentar. Esta infeção raramente é transmitida dos mosquitos para as pessoas.

FLEBÓTOMO

Alguns tipos de insetos, os flebótomos, transmitem o parasita protozoário Leishmania quando picam os cães. A leishmaniose é uma doença grave que afeta grande parte da América Latina e das Caraíbas, Sul da Europa onde se inclui Portugal, partes do Norte e Leste de África, assim como o Médio Oriente e a Ásia. Por exemplo, em Itália, estima-se que a prevalência desta doença afete mais de 17% ou cerca de 1,2 milhões de cães domésticos, em Portugal estudos recentes apontam para cerca de 12,5%, ou seja mais de duzentos mil cães infetados no nosso país.

Mesmo que não viva nestas áreas, mas se as visitar com o seu cão, existe um risco de transmissão. É importante saber que a leishmaniose é uma zoonose. Isto significa que, através da picada de um flebótomo infetado, você também poderá ser afetado. Por conseguinte, é uma doença que pode ser transmitida aos seres humanos.

A leishmaniose afeta os órgãos internos e a pele dos cães. Pode observar lesões cutâneas, perda de peso, cansaço, caspa, queda de pelo, crescimento anormal das unhas, nariz a sangrar ou gânglios linfáticos aumentados. O seu Médico Veterinário terá de realizar testes de diagnóstico específicos para confirmar se existe infeção.

A boa notícia é que é possível prevenir a leishmaniose através de cuidados adequados. É essencial proteger os cães saudáveis contra a infeção, assim como diminuir a transmissão da doença de cães infetados para outros cães ou mesmo para seres humanos. A luta na prevenção da doença baseia-se em dois fatores principais: a proteção contra a picada do flebótomo e a vacinação.

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Carraças

As carraças têm início num ovo passando posteriormente por três fases da vida e, para sobreviverem, devem alimentar-se de sangue em cada fase. A maioria das carraças pode alimentar-se a partir de todos os tipos de mamíferos (algumas até de aves, répteis e anfíbios!), e muitas carraças precisam de encontrar um novo hospedeiro em cada fase da sua vida.

Tal como acontece com os mosquitos, a saliva das carraças entra no hospedeiro através do local onde a carraça se está a alimentar. Desta forma, a doença é tanto ingerida pela carraça como potencialmente transmitida a outros animais hospedeiros.

Quando uma carraça se alimenta, pode permanecer fixa durante vários dias a ingerir sangue. A carraça não transmite imediatamente uma doença quando se fixa, demora algum tempo, embora este tempo possa variar com diferentes agentes da doença. Este é um aspeto importante, porque os tratamentos que matam as carraças que se alimentam em cães têm de atuar com rapidez suficiente de modo a evitar que seja transmitida uma doença ao cão.

Tem-se observado um grande crescimento da população e deslocamento das diferentes espécies de carraças. Por exemplo, a carraça castanha do cão anteriormente era encontrada principalmente nas zonas mediterrânicas mais quentes, mas nos últimos anos deslocou-se para o norte da Europa. Esta carraça pode estabelecer-se no interior de edifícios e sobreviver durante os meses mais frios, protegida do tempo do inverno.

Carracas

Outro exemplo recente é a descoberta da carraça asiática de chifre longo nos Estados Unidos em 2017. Esta carraça era anteriormente encontrada na Ásia Oriental, onde é uma grande praga pecuária. Foi recentemente encontrada em New Jersey, numa ovelha sem qualquer histórico de viagens para fora do país. Este episódio foi seguido de uma rápida expansão geográfica, tendo sido detetada em animais em mais de dez estados diferentes. A deslocação desta carraça é favorecida pela sua capacidade de reprodução através da partenogénese, uma forma rara de reprodução assexuada, em que as carraças fêmea podem gerar descendentes sem a necessidade de carraças macho. A carraça asiática de chifre longo também infesta cães, e a carraça pode ser um vetor que transmite Babesia aos cães, embora felizmente não pareça conseguir transmitir a doença de Lyme.

DOENÇAS TRANSMITIDAS POR CARRAÇAS

Também denominada borreliose, a doença de Lyme é causada por uma bactéria denominada Borrelia burgdorferi. Esta doença é, atualmente, a doença transmitida mais frequentemente aos seres humanos pelas carraças Ixodes. Os cães também podem ser infetados e desenvolver doença clínica. O diagnóstico da doença de Lyme permanece tão desafiante nos cães como nas pessoas e a Borreliose canina é mais amplamente reconhecida nos Estados Unidos do que na Europa.

As mordeduras de carraça também expõem potencialmente tanto os cães como as pessoas a uma ampla gama de pequenas bactérias. Estas incluem organismos que causam várias doenças:

  • Erliquiose
  • Anaplasmose
  • Febre maculosa das Montanhas Rochosas – e outras febres maculosas

Leishmaniose

A leishmaniose é uma doença parasitária que se encontra em partes dos trópicos, das zonas subtropicais e do sul da Europa, incluindo Portugal. É uma doença crítica e frequente transmitida por vetores aos cães, os flebótomos, em algumas regiões geográficas é provocada pelo parasita protozoário Leishmania infantum e transmitida por vários tipos de insetos.

  • Está presente na Bacia Mediterrânica, no Médio Oriente, na Ásia Central e na América do Sul e Central.
  • Também infeta seres humanos e, no passado, a doença nos seres humanos era observada particularmente em crianças (daí o nome infantum).
  • Existem vacinas disponíveis para ajudar a proteger os cães contra esta doença e a reduzir a necessidade de tratamento.
  • Uma forma de prevenção importante é a utilização de repelentes de longa duração contra o vetor responsável pela transmissão da leishmaniose, o flebótomo.

A leishmaniose está a espalhar-se para novas áreas, principalmente devido à deslocação dos cães. Por exemplo, 12% dos cães que viajaram para ou se deslocaram de áreas infetadas conhecidas, para a Alemanha apresentaram testes positivos para a infeção por Leishmania infantum. No Reino Unido, quase 15% dos cães importados tiveram testes positivos para Leishmania.

Os cães infetados podem aumentar o risco dos humanos contraírem leishmaniose, no entanto, esta doença não é transmitida diretamente dos cães para as pessoas. Os cães infetados irão infetar um número ainda maior de flebótomos, o que pode posteriormente resultar nestes insetos a picar pessoas e numa maior propagação da doença. Infelizmente, esta informação levou a ações que resultaram na redução da população canina em alguns países como parte de uma política governamental para controlar o risco para as pessoas. O abate de cães, saudáveis ou doentes, não é considerada uma medida eficaz para controlar potenciais infeções. Outras medidas preventivas, particularmente a utilização de tratamentos de ação prolongada que repelem os flebótomos impedindo-os de se alimentarem do sangue de cães, em combinação com a vacinação dos cães, são muito mais eficazes.

Rastreio de doenças transmitidas por vetores

Ainda há muito para aprender sobre a rapidez com que um cão irá ter um teste positivo para a doença depois de ter sido infetado; os tipos de sinais clínicos que um cão infetado irá desenvolver; quando é esperado observar sinais clínicos e por que razão alguns cães nunca apresentam quaisquer sinais de infeção. Adicionalmente, alguns cães podem continuar a ter testes positivos durante muitos anos depois de terem sido infetados, o que se observa, por exemplo, na erliquiose, e este aspeto pode dificultar a interpretação de um teste positivo como sendo uma alteração recente ou uma infeção que ocorreu algum tempo atrás.

Como tutor de um pet, a sua melhor defesa é realizar os tratamentos preventivos de forma consistente e realizar consultas periódicas no seu Médico Veterinário. E se observar alguma alteração no estado de saúde do seu cão, não se esqueça de informar o seu Médico Veterinário.

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